quarta-feira, 15 de outubro de 2008

QUE NÃO TERMINE ASSIM...


Dias após o anjo perder suas asas o poeta a encontrou sentada a beira do lago pensativa. Naqueles olhos, antes de uma paz angelical, agora haviam também neles um misto de felicidade e medo representada por duas lágrimas distintas em cada faces.

A metamorforse aos pouco ia acontecendo, mas para o poeta era brusco, dolorido, quase que inaceitável. E como crescia em seu coração um sentimento desconhecido...ele também sentiu medo de que a liberadade da falta das asas, aprisionasse o anjo nos desejos que o mundo oferecia em diversas doses sedutoras no dia a dia.


Aos pouco ele percebeu que o perdia mesmo estando mais ao seu lado. A vida ia consumindo a pureza do anjo, tornando-o numa mulher mais sedutora, independente e moderna.


Os dias iam se passando e o poeta se consolava com as doces lembranças de seu anjo que se eternizaram em seu coração. Não a deixou de amá-la, mas entendeu que para não fazê-la sofrer, nem aumentar sua dor, ele passaria a viver assim de sonhos e lembranças, afinal o anjo agora precisa de sua liberdade para poder voar, mesmo sem as asas.


E todas as noite, o poeta ainda visita aquela árvore que os escondiam das estrelas e quando as folhas lhe toca o rosto enlagrimado ele imagina que é o anjo que chega de mansinho e o acaricia com suas asas.

A lembrança é o único consolo.

(Que não termine assim, mas...)

Um comentário:

Anônimo disse...

O amor nunca acaba